Dr. Arnaldo Augusto Augusto Vieira de Carvalho

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Dr. Arnaldo Augusto Augusto Vieira de Carvalho

Birthdate:
Birthplace: Campinas, São Paulo, Brazil
Death: June 05, 1920 (53)
São Paulo, São Paulo, Brazil (infecção por corte acidental em cirurgia)
Place of Burial: São Paulo, São Paulo, Brazil
Immediate Family:

Son of Joaquim José Vieira de Carvalho and Carolina de Melo Xavier
Husband of Constança de Oliveira
Father of mm Vieira de Carvalho; Raul Vieira de Carvalho; Carlos Vieira de Carvalho; Marina Ferreira De Mesquita; Alice Vieira de Carvalho and 1 other
Brother of Albertina da Silva Gordo

Occupation: Médico
Managed by: Private User
Last Updated:

About Dr. Arnaldo Augusto Augusto Vieira de Carvalho

Arnaldo Vieira de Carvalho

Teve como berço a cidade de Campinas, na época, conhecida no estado de São Paulo como a “Cidade das Andorinhas”, isto se deu no dia 5 de janeiro de 1867. Era filho de Carolina Xavier de Carvalho e de Joaquim José Vieira de Carvalho, advogado de nomeada, formado pela Faculdade de Direito de São Paulo e professor de várias disciplinas; com muito prestígio profissional e político foi juiz municipal em Campinas, deputado estadual e senador, tendo participado de altos cargos em diversos governos estaduais.

Foi nomeado para cargos importantes, como consultor e assistente da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; médico responsável pela Hospedaria dos Imigrantes e, já em 1889, médico adjunto, cirurgião, vice-diretor clínico da Santa Casa. Em 1893, diretor do Instituto Vacinogênico, cargo que ocupou até 1913, e, finalmente, em 1894, indicado para chefe de clínica cirúrgica e, em seguida, diretor clínico do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Porém, a verdade era que já demonstrava qualidades e capacidades excepcionais e privilegiadas de trabalho no exercício de sua profissão, tanto na clínica médica e ginecologia, como também na cirurgia, além de forte pendor a gestor administrativo. Em 1895, com a finalidade de agregar todos os médicos do estado, capitaneada pelo médico Luiz Pereira Barreto e tendo entre os seus membros eméritos fundadores Arnaldo Vieira de Carvalho, foi fundada a Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo A partir daí, a ideia da implantação de uma faculdade de medicina teve mais ênfase, não devendo ser esquecido que, já em 1891, Arnaldo lutava para a sua abertura e, nesse ano, o governo criava a Academia de Medicina, Cirurgia e Farmácia, que não chegou a ser instalada por falta de regulamentação. Os historiadores acima citados fazem constar em seu trabalho que Arnaldo Vieira de Carvalho escrevia no jornal O Estado de S. Paulo sob o pseudônimo de “Epicarnus”. Opinava sobre a organização médica e política de saúde, crendo firmemente que a solução dos problemas gravíssimos existentes na assistência à saúde naquela época, poderia ser dada quando os médicos fizessem parte ativa nas questões sociais e fisiológicas, ciências básicas da profissão.

Em 1912 Arnaldo foi designado pelo então presidente do estado, Francisco de Paula Rodrigues Alves, com total apoio do secretário do Interior, Altino Arantes, para implantar definitivamente o ensino médico no estado de São Paulo. Assim, criada pela lei 1.357, de dezembro de 1912, a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, que sucedia a Academia de Medicina, Cirurgia e Farmácia mencionada, iniciou suas atividades depois de sua regulamentação, o que se deu em 1913. O ensino clínico e cirúrgico sob sua orientação era praticado nas enfermarias da Santa Casa de Misericórdia.

Arnaldo Vieira de Carvalho teve a honra de presidir a insigne Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo por dois mandatos anuais não-consecutivos: 1901-1902 e 1906-1907.

Acresce notar que São Paulo no início do século XX tinha por volta de 300.000 habitantes e já contava, nessa época, com intelectuais dispostos a elevar a metrópole à condição de reduto cultural do país, polarizando concomitantemente grande transformação social. Contudo, em contrapartida, havia falta de assistência médica pelo pouco número de profissionais nessa área, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Somando-se a isso, aumentava muito a emigração trazendo com ela doenças epidêmicas que grassavam por todo o estado, razão pela qual era imperiosa e urgente a fundação de uma faculdade de medicina. Em face de todos esses motivos, Arnaldo propôs para a faculdade recém-criada o método moderno de adequar as aulas teóricas às práticas de laboratório, dando oportunidade aos estudantes de receberem uma formação mais dinâmica e completa, primando pela parte científica e não simplesmente clínica. Durante os anos de 1913 a 1920, Arnaldo foi o seu primeiro diretor, sendo em janeiro desse último ano lançada a pedra fundamental de sua sede própria, na então Estrada do Araçá (defronte ao cemitério), que, a partir de 1931, passou a ter o seu nome. Arnaldo como diretor da Faculdade de Medicina de São Paulo sempre foi lembrado como benemerente, audacioso e heroico, que enfrentara junto com seus alunos a gripe espanhola de 1918. Lamentavelmente, a 5 de junho de 1920, aos 53 anos, por volta das 13 horas, uma fatídica morte, completamente inesperada e abominável – advinda de um ferimento na mão, coincidentemente provocado por um bisturi, durante a prática de uma cirurgia que evoluiu rapidamente para uma brutal septicemia –, ceifou a vida daquele que tanto fez para os homens sem nada pedir em troca, senão o intuito de mitigar a dor alheia, desfazendo as trevas que põe em risco a existência humana. O sentimento naquele momento era de dor inconsolável, irmanando todas as classes do povo, sendo decretado estado de luto na capital paulista. Vergueiro Steidel4 refere que Arnaldo “era o médico dos desprovidos, aquele que se inquietava com a dor dos pacientes da Santa Casa. Revoltava-se contra a pobreza; mesmo no momento em que agonizava em seu leito e horas antes de sua morte teria dito à sua amantíssima esposa, quando ela velava sua cabeceira, que novos e magníficos argumentos lhe acudiam ao espírito sobre essa questão social”. “Arnaldo Augusto Vieira de Carvalho extinguiu-se. O bronze já lhe fixou as linhas corretas do perfil augusto, e a História, não lhe podendo retratar o espírito, cantará a sua obra gigantesca”

Wilson Rubens Andreoni

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