“Quando o jesuíta já ia lacrar a papelada eis que apareceu o documento salvador, descoberto à última hora, no fundo de algum contador ou escrivaninha de casa-grande. Tratava-se do alvará pelo qual D. João IV fizera Bernardino de Carvalho, então súdito do Brasil holandês fidalgo cavaleiro da Casa Real (1643). Dele se inferia que Bernardino fora natural do Brasil, filho de um desembargador da Relação do Porto e neto de outro jurista, também fidalgo da Casa Real, a mesma linhagem de noblesse de robe a que pertencerá pelo lado paterno o marquês de Pombal. Como se sabia pelo ‘Castrioto lusitano’ que Bernardino tivera um irmão chamado Sebastião de Carvalho, ficava afastada qualquer suspeita na ascendência materna de Manuel Carneiro da Cunha”(MELLO, 2000, p. 140).
MELLO, E. C. DE. Segunda parte: Branca Dias e outras sombras. In:___. O nome e o sangue: uma parábola familiar no Pernambuco colonial. 2. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 2000.