A PRIMEIRA UNIVERSIDADE FEMININA PORTUGUESA
A Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, nasceu em 1521, em Lisboa. Era considerada a princesa mais inteligente e mais rica de toda a cristandade.
Aos 16 anos, el-Rei seu irmão (D. João III) organizou-lhe casa própria separada do Paço Real, composta de damas e fidalgos da mais selecta nobreza do reino, sendo tratada com a mesma grandeza de uma rainha, com a excepção do título.
Foi neste palácio que a Infanta D. Maria se fez rodear de óptimos professores e professoras e alunas distintas criando, assim, a primeira universidade feminina portuguesa.
Foram professores desta instituição as irmãs Luiza e Angela Sigéa. Enquanto a primeira ensinava latim, grego, hebraico, caldaico, sírio, castelhano e português, a segunda ensinava latim, grego, castelhano, português, italiano e música.
Com professoras destas e possuindo uma extraordinária memória, rapidamente a Infanta D. Maria se tornou uma notabilíssima senhora. A sua vontade não só era a de saber, mas a de partilhar o que sabia. Recebeu, assim, um número de donzelas fidalgas com vontade e capacidade de aprender, tornando a sua casa numa verdadeira universidade de senhoras ilustres em todo o género de ciências e artes.
Quando os embaixadores estrangeiros relatavam estes factos nos seus países, Portugal era olhado com admiração, pois não só criava donzelas belas e valentes, mas também extraordinariamente inteligentes.